A ‘Comoditização’ da Autoridade: Como a IA Generativa Ameaça o Posicionamento de Médicos

Por Edson Medeiros | 28 de outubro de 2025

Especial para WE Marketing Médico

Clínicas e agências adotam a Inteligência Artificial em massa para criar conteúdo, mas o resultado é uma avalanche de textos genéricos que tornam todos os especialistas parecidos. A busca desenfreada por volume está matando a diferenciação estratégica.

Estamos no meio de uma “corrida do ouro” no marketing digital. A adoção de ferramentas de IA Generativa, como ChatGPT e Gemini, por clínicas e agências de publicidade explodiu. A promessa é sedutora: “Crie 100 posts para redes sociais em 10 minutos” ou “Domine o SEO com artigos gerados por IA”.

Contudo, essa adoção em massa está criando um efeito colateral perigoso: a comoditização da autoridade médica.

O resultado visível dessa corrida é uma inundação de conteúdo superficial e repetitivo. Basta uma busca rápida para encontrar dezenas de artigos e posts com exatamente a mesma estrutura: “5 dicas para dor no joelho”, “O que é endometriose?” ou “Sintomas de ansiedade que você não pode ignorar”.

Esse é o paradoxo: a ferramenta que promete facilitar o marketing está, na verdade, destruindo seu ativo mais valioso: o posicionamento.

 

O Paradoxo: Volume vs. Voz Única

 

O posicionamento estratégico é o lugar único que um médico ou clínica ocupa na mente do paciente. É o que o diferencia e o impede de competir apenas por preço. Esse posicionamento é construído sobre uma voz única, uma filosofia de atendimento e uma expertise que não pode ser replicada.

O problema fundamental da IA “padrão” é que os Modelos de Linguagem (LLMs) são treinados na média da internet. Por definição, suas respostas são o consenso, o genérico.

Quando todos os médicos usam a mesma ferramenta, com os mesmos prompts (comandos) básicos, todos começam a soar iguais. O cirurgião especialista, com 20 anos de experiência e uma técnica inovadora, passa a ter a mesma “voz” digital do recém-formado que apenas replicou um comando de IA.

Se todos os especialistas parecem iguais, o paciente escolhe com base em quê? Preço ou conveniência. Este é o exato oposto do que o marketing de posicionamento busca alcançar.

 

A IA Estratégica contra a IA “Genérica”

 

O erro fatal não é usar Inteligência Artificial; é usar a IA para “gerar” conteúdo de forma preguiçosa. A IA não deve ser a ‘autora’ do conteúdo médico; ela deve ser a ‘assistente’ de pesquisa e produção do autor.

Existe uma diferença crucial entre os dois usos:

  • A IA Genérica: Recebe o comando “Escreva um post para Instagram sobre dor lombar”. O resultado é um texto comoditizado, idêntico a milhares de outros.
  • A IA Estratégica: Recebe o comando “Analise meus últimos cinco artigos publicados e os áudios das minhas três palestras. Agora, usando meu tom de voz e minha abordagem focada em tratamento conservador, escreva o primeiro rascunho de um artigo sobre dor lombar para pacientes acima de 50 anos.”

No primeiro caso, a IA dilui o posicionamento. No segundo, ela o amplifica.

 

O Futuro: IA como Ferramenta de Hiper-Posicionamento

 

A verdadeira revolução não está em usar IA para criar conteúdo de massa, mas em usá-la para amplificar um posicionamento único em escala.

A tecnologia já permite que a IA seja treinada na “voz” e no “cérebro” de um médico específico. Ao ser alimentada com seus artigos, livros, aulas e áudios de consulta, a IA aprende a escrever como aquele médico, mantendo sua voz única e sua filosofia de trabalho.

Além disso, a IA pode ser usada para analisar o posicionamento de concorrentes em tempo real, identificando “oceanos azuis” — nichos de conteúdo e necessidades de pacientes que ninguém está cobrindo.

Em vez de um chatbot genérico, a IA pode alimentar um assistente virtual que soa exatamente como a secretária de uma clínica premium, reforçando o posicionamento de exclusividade e atendimento humanizado em cada ponto da jornada do paciente.

 

Conclusão: A Escolha do Estrategista

 

A Inteligência Artificial não torna a estratégia de marketing obsoleta; ela a torna mais crucial do que nunca. A “batalha” do marketing médico não será mais sobre quem produz mais conteúdo, mas sobre quem tem a voz mais autêntica e o posicionamento mais claro.

A IA será a ferramenta que, ou dilui seu posicionamento até ele desaparecer na vala comum do conteúdo genérico, ou o amplifica em uma escala nunca antes vista. A escolha está nas mãos do estrategista.


Sobre o Autor: Edson Medeiros é Estrategista da WE Marketing Médico, palestrante e autor do livro “Marketing Médico: o guia do marketing digital para médicos ocupados”.

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